sábado, 31 de dezembro de 2011

Fracassa primeira rodada de negociação entre PMs e Governo

Terminou frustrada a primeira rodada de negociação entre Governo do Estado e o comando de greve de policiais militares, realizada nesta sexta-feira (30). A categoria deflagrou paralisação na última quinta-feira (29). Conforme os mobilizadores, três mil PMs e 200 bombeiros já aderiram ao movimento em todo o Ceará e 150 viaturas estão paradas.
O encontro foi intermediado pela procuradora-geral de Justiça, Socorro França, e aconteceu na sede do Ministério Público Estadual (MPE). Após três horas de debates a portas fechadas, as partes chegaram a formular um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) manuscrito. O documento trata da anistia dos PMs que aderiram ao movimento e do comprometimento do Executivo em abrir um canal para deliberar a pauta de reivindicação dos militares. Eles querem aumento salarial e redução da carga horária de trabalho.
Mas o documento não foi assinado pelo procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira. Após contatar a cúpula do Governo, ele deixou o auditório do MPE para reunir-se com o governador Cid Gomes. As conversações foram até o início da madrugada.
Segundo o presidente da Associação dos Profissionais de Segurança Pública (Aprospec), Wagner Sousa, há a promessa de um encontro na segunda-feira (2), para já iniciarem as negociações da pauta.
Ele chegou a conversar em separado com o comandante-geral da PM, coronel Werisleik Matias, que também dialogou em particular com o presidente da Associação dos Cabos e Soldados, Flávio Sabino. Ambos disseram-se decepcionados com a postura do Governo.
Já Werisleik classificou como “busca de soluções” a reunião desta sexta-feira. “Estamos caminhando para a desmobilização. O Governo está buscando uma maneira de conseguir acabar com esse problema. Tudo vai ser avaliado”, afirmou, enquanto deixava a sede do Ministério.
A linha do discurso era similar à de Socorro França. “Sentimos boa vontade para sentar e negociar”, resumiu a procuradora. O comando de greve, porém, descartava qualquer possibilidade de o movimento ser interrompido sem, pelo menos, o Executivo dar garantias de que todos os policiais seriam anistiados.
A paralisação conta com o apoio de guardas municipais de Fortaleza e Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Motoristas de ônibus e agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Cidadania e de Serviços Públicos (AMC) também ameaçam parar em pleno Réveillon da Capital, cotado para ser o segundo maior do Brasil.
Já os policiais civis estudam uma maneira de endossar a greve militar. Até terça-feira (3), a categoria deve realizar assembleia para tratar do assunto.
O POVO apurou que a expectativa é de retomada da Operação Tartaruga, amplamente utilizada durante os cinco meses em que as delegacias funcionaram com efetivo mínimo.
Nela, os policiais suspendem atendimentos de ocorrência em locais de crime e investigações. “O Governo precisa passar uma borracha em tudo o que aconteceu, esquecer os excessos que diz termos cometido e conceder a anistia geral. Se não for assim, tudo continua como está. E, se for para ficarmos parados por oito, 15 dias, vamos ficar. Não tem problema nenhum”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Praças Militares, Pedro Queiroz.
(O POVO)

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