quinta-feira, 27 de setembro de 2012

PF é instigada a investigar distorções em pesquisas eleitorais

Essa é do site Brasil 247
Nas eleições presidenciais de 2010, foi inesquecível a entrevista do dono do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, às páginas amarelas da revista Veja: “Lula não fará seu sucessor”. Ele afirmava que o teto de Dilma seria de 15% a 20% e, como se sabe, ela é hoje presidente da República.
Institutos de pesquisa têm hoje um bom álibi para seus erros nas fases iniciais do processo eleitoral. Como não se trata de uma ciência exata – e é possível “operar” as margens de erro, em geral de três pontos percentuais – muitas vezes são feitos ajustes para favorecer os candidatos aos quais os institutos são ligados, nem sempre de forma transparente. Nas eleições atuais, dois casos chamam atenção. Em São Paulo, o ex-governador e ex-prefeito José Serra apareceu no Datafolha, com 21% contra 15% de Fernando Haddad, numa surpreendente arrancada, após várias semanas de queda. Ocorre que outros dois institutos, o Vox Populi e o Ibope apontaram resultados divergentes e praticamente iguais – em ambos, Fernando Haddad, do PT, tem 18% e o tucano José Serra vem em seguida com 17%.
Em Curitiba, a situação parece ser ainda mais grave. O prefeito Luciano Ducci, do PSB, que tem ainda o apoio do governo estadual, mas vinha sendo mal avaliado, de repente dispara e começa a polarizar a eleição com o candidato Ratinho Júnior – uma espécie de Celso Russomano paranaense, que atrai os votos da nova classe média e do lumpesinato.
No entanto, diversas denúncias que começaram a circular nas redes sociais, partindo até de entrevistadores, apontam que o nome do ex-prefeito Rafael Greca, que concorre pelo PMDB e tem vencido todos os debates, vinha sendo até ignorado nos questionários. Ou seja: tentava-se consolidar o cenário de polarização entre o prefeito e o filho do apresentador Carlos Massa. Houve até um flagrante com uma foto de um pesquisador da Vox Populi entrevistando um cabo eleitoral de Ducci. Para combater esse tipo de distorção, um pedido de investigação foi protocolado ontem na Polícia Federal, em São Paulo, pelo Movimento dos Sem-Mídia.

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