sábado, 10 de dezembro de 2011

Ceará atinge recorde de 712 transplantes em 2011

Na corrida pela vida, o transplante de córnea saiu na frente. Pelo menos, aqui no Ceará. Às vésperas do Dia Nacional do Doador de Córnea, comemorado na próxima terça-feira (13), 712 pessoas já tiveram a oportunidade de receber uma nova córnea. Desde 1998, quando os procedimentos passaram a ser contados pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), esse é o maior número já registrado. Durante todo o ano passado, 460 transplantes de córnea foram feitos.
Quem vive diariamente a corrida para salvar vidas sabe bem o que o crescimento representa. “É uma esperança para quem está na fila”, assevera a médica Marineuza Memória, coordenadora do Banco de Olhos do Hospital Geral de Fortaleza. Podem ser transplantados aqueles que têm a visão prejudicada por alterações na córnea. Atualmente, 449 ainda aguardam a oportunidade.
Para 2012, a expectativa é zerar a fila. “Zerar não significa não ter ninguém na fila. Mas é a diminuição no tempo de espera”, explica a coordenadora. Hoje, a espera dura, em média, dez meses. O tempo deve ser reduzido para dois meses. “E isso depende do número de doações que vamos recebendo”. No caso da córnea, os transplantes só saíram na frente porque as doações se multiplicaram. De janeiro a novembro, o Banco de Olhos recebeu 458 doações. No mesmo período do ano passado, foram captadas apenas 342.
Pessoas com vírus HIV, alguma infecção não controlada ou cânceres são impedidos de doar alguns órgãos. Mas podem doar córnea. É um motivo apontado para o crescimento dos procedimentos. O tempo de captação também facilita. Até seis horas depois da parada cardiorrespiratória, é possível retirar as córneas. “Nos demais transplantes, a doação tem que acontecer com o coração ainda batendo, depois da morte encefálica. Muitas vezes, a família fica com medo de doar, pois ainda tem esperança”, diz a médica.
Outros tipos de transplantes também tiveram aumento em 2011. Ao todo, o Estado realizou 1.171 procedimentos. Bateu o recorde no número de transplantes já realizados aqui. Para Rosângela Gaspar, assistente social da Central de Transplantes, isso se deve ao esclarecimento da população e à vontade de ser solidário.
Além disso, há uma “interiorização” da captação. Há Organização de Procura de Órgãos (OPO) em Sobral e Juazeiro do Norte. “É uma equipe que trabalha identificando potenciais doadores e informando melhor os profissionais de saúde”, explica Cavalcante. Para continuar a levar esperança a quem precisa, por meio de transplantes, ela pede que as pessoas transformem o luto em solidariedade. “Não precisa deixar nada por escrito. Basta avisar a família que quer ser doador. É a família quem autoriza”.
(O POVO)

Nenhum comentário:

Postar um comentário