sábado, 28 de janeiro de 2012

O sertão que desperta para o futuro

Em artigo publicado na edição deste sábado (27),no O POVO, o editor adjunto do Núcleo de Conjuntura do O POVO, Luiz Henrique Campos, analisa o crescimento econômico de regiões no interior do Ceará. Confira:
Esta semana duas notícias publicadas no O POVO particularmente me chamaram a atenção. Uma delas dizia respeito ao comércio em Juazeiro do Norte e no Crato, que apresentou crescimento em torno de 10% em 2011 na comparação com 2010. 2010, é bom ressaltar, já tinha registrado recorde de vendas na década naquelas cidades.
O outro fato é a possível aprovação pela Assembleia Legislativa, quando o retorno do recesso, próximo dia 2, da Região Metropolitana de Sobral, que passará ser composta por 18 municípios. Isso em virtude do potencial econômico da região.
Mas qual relação poderia haver entre os dois fatos em regiões tão distantes do Ceará? Primeiro, as notícias apontam para aspectos sobre a situação favorável de duas áreas do Estado que há muito vêm se destacando no cenário regional. A região Norte e o Cariri, hoje, pode-se dizer que são independentes em termos de oferecimento de serviços, com a tendência de que isso se amplie cada vez mais.
Na esteira das duas regiões destacadas, porém, não se pode esquecer que outros pontos do Ceará começam a ganhar visibilidade fora do velho estigma do sertão eternamente sofredor e dependente da chuva e das benesses do poder público. Em Iguatu, por exemplo, a agricultura já não é mais o carro-chefe da economia local. Na longínqua Tauá, recentemente, o trabalho de inclusão digital desenvolvido virou referência na América Latina. Poderia citar vários municípios cearenses que despertaram para outras vocações e estão a passos largos seguindo seus caminhos com perspectiva de sucesso. É bom que assim seja.
Mas isso só não basta. É preciso que além deles próprios, nós também possamos tomar conhecimento do que ocorre no Interior até para que percamos aquela velha visão do colonizador de que fora da Capital só vale como notícia o pitoresco, a violência ou as festas populares.
Para que se construa um Ceará verdadeiramente grande e respeitado por todos, é necessário que, primeiramente, nós cearenses possamos conhecer o que acontece além de Fortaleza. Quem se dispuser a topar o desafio, tenho certeza de que ficará surpreso com o que encontrará.

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