sexta-feira, 1 de junho de 2012

Um Lula complacente com os escândalos

Com o título “O Que é Isso Companheiro!!”, eis artigo do advogado Edson Guimarães, especialista em Direito Eleitoral. Ele aborda o affair entre Lula e o ministro Gilmar Mendes, do STF, e a briga de versões publicada na Veja em torno do Mensalão e uma possível chantagem do ex-presidente ao ministro. Confira:
“Precisamos compreender uma coisa: ministro do Supremo não é cooptável. No dia em que for, teremos que fechar o Brasil para balanço”, ministro Marco Aurélio de Melo.
A população brasileira de há muito, tem se acostumado a abrir as páginas dos jornais e se deparar com os dramas do dia a dia, retratado pela miséria, a fome, o desabrigo, a insegurança, emfim uma avalanche de mazelas que atormentam a todos e causam dor a milhões de brasileiros.
A sociedade, solidária por índole, à sua maneira, busca atenuar o sofrimentos dos seus irmãos estendendo-lhes as mãos muitas vezes suprindo a omissão do poder públicoou sua própria inoperância.
No entanto de uns tempos para cá, temos assistido perplexos à inserção dos senhores políticos nos noticiários policiais em virtude de ações desonestas incompatíveis com a conduta do cidadão comum, muito menos a que se exige dos representantes da sociedade, eleitos para representar o povo e consequentemente zelar pela coisa pública.
Não tem sido raro os noticiosos da imprensa brasileira estamparem envolvimentos de nossos representantes e mandatários com elementos cujas condutas não são dignas de um cidadão que honra a cidadania e preserva os preceitos mais comezinhos da ética.
As farras, viagens deslumbrantes, utilização de aeronaves, o esbanjamento e a gastança fácil são atrativos utilizados por “empresários”, na verdade marginais travestidos de empresários, que, sabendo da fragilidade humana diante do fausto, conquistam autoridades e asseclas assegurando assim, o ganho fácil proporcionadopor licitações fraudulentas, superfaturamentos e outros expedientes exclusos.
E isso vem se tornando uma constante, principalmente a partir do primeiro governo do líder operário Luis Inácio Lula da Silva, homem de grandes qualidades, líder nato, filho de agricultor nordestino que se fez metalúrgico e dai partiu para conquistar omais alto cargo da nação, se tornando o primeiro operário Presidente da República no Brasil.
Sua ascensão ao poder fez brilhar ao povo brasileiro uma nova luz, nós do povo tínhamos a partir dai um presidente vindo de nós, nascido nas entranhas da gente humilde da nação e poderíamos acreditar que nossos interesses seriam respeitados.
No entanto o que se viu, sem se deixar de reconhecer conquistas da sociedade, no campo ético, foi a prática desavergonhada de tráfico de influência, manipulação da máquina estatal, sempre em favor de aliadosdo poder e seus apaniguados.
Há mais de oito anos se sucedem os escândalos, desde dólares agasalhados em cuecas, passando pelo mensalão e outros, até desaguar na recente cachoeira que inundou o país de falcatruas e desonestidades em todos os níveis do executivo.
O ex-presidente Lula a tudo assistiu como se nada ocorresse no seu governo, sendo condescendente com os faltosos, mantendo-os em funções chave do executivo, o que a bem da verdade, não tem ocorrido no mandato da atual Presidenta Dilma Roucef, que demitiu em profusão os malinos de sua gestão.
A complacência do ex-presidente, contudo, extrapolou os limites da omissão ou mesmo da conivência chegando ao cumulo de, para tentar poupar seus apadrinhados envolvidos com um dos escândalosde sua era, mensalão, querer corromper um integrante da Suprema Côrte de Justiça do país, para tanto utilizando-se dos expedientes exclusos da pressão e da chantagem.
Tal conduta não condiz com a figura que deveria ser imaculada de um ex-Presidente da República, sendo considerada criminosa se praticada por qualquer cidadão por mais humilde que seja.
Caberia ao ex-presidente Lula pugnar pela aplicação da justiça, zelar pela prevalência do direito e não sorrateiramente atuar a margem do direito na contramão da legalidade.
* Edson Guimarães,
Advogado da Área de Direito Eleitoral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário