terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fortaleza está 3ºC mais quente

“Os banhos se tornaram recorrentes. O ventilador, melhor amigo. Mas não dá jeito: o calor não deixa a casa da operadora de caixa Cícera Pereira, 30. “É banho direto, ventilador em cima direto, mas mesmo assim tá calor”, lamenta. Fortaleza toda está um forno. Haja sorvete, água, sombrinha para fugir do sol e muita, mas muita paciência e vontade para continuar a rotina neste calor. “Só Jesus mandando uma chuva pra melhorar”, sonha Cícera.
A sensação de calor na cidade tem explicação científica. “Nesta época, o calor é comum porque o sol está no hemisfério sul e, com os ventos diminuindo, a sensação térmica de mais calor é maior”, informa o meteorologista Paulo José dos Santos, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Ele diz que a temperatura na Capital está até 3°C maior que em outros períodos do ano, como o da quadra chuvosa (fevereiro a maio) e o dos ventos fortes (agosto e setembro).
A máxima na Capital, ele afirma, varia de 23°C a 32°C. Além disso, se em agosto a velocidade do vento chegava a 32 km/h, agora deve variar entre 10 km/h e 11 km/h. Portanto, estamos sob sol demais e vento de menos.
Fortaleza deve deixar o calor mais intenso de lado só em fevereiro, quando começa a quadra chuvosa. “Com a chegada (da chuvas), o calor fica mais ameno”, garante o meteorologista da Funceme.
Consumo
Por causa do calor, a comerciante Liliane Ferreira, 29, abusa dos banhos nos filhos Jenifer, 7, e Levi, de 2 meses. “Porque a quentura dá dor de barriga”, explica. Tomar vários banhos em um dia se torna hábito quando o sol parece se aproximar de Fortaleza. Os números do consumo de água em outubro – quando o sol já estava sobre o hemisfério Sul – ainda não foram calculados pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Já o gasto de energia no Estado, segundo a Coelce, subiu 6,3% de setembro para outubro, mês em que o consumo registrado foi de 881 Gigawatt-hora (GWh). Só o mercado residencial teve crescimento de consumo no mesmo período igual a 4,2%.
Para fugir do calor
Nessa época, vale qualquer artifício contra o calor. A doméstica Luzia Costa, 47, por exemplo, se aliviava, até domingo, com o balançar de um pedaço de papelão. Ontem, adquiriu acessório próprio para espantar o calor: por R$ 2 comprou um leque. Usará especialmente no ônibus – onde a quentura está demais, ela diz. “E dentro de casa também ninguém aguenta”, lamenta.
Ruim para uns, excelente para outros. Quem vende água, sorvete, ventiladores ou mesmo leques comemora o clima quente de Fortaleza. Paulo Soares, 31, vende água na Praça do Ferreira e passou de “dois ou três” fardos de garrafas d’água “quando tem vento” para “oito ou nove” nestes dias calorentos. São até 108 garrafas a cada dia.”
(O POVO)

Nenhum comentário:

Postar um comentário