quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Polícia do CE prende advogados suspeitos de roubar indenizações

Entre dinheiro de seguros e indenizações, foram roubados R$ 631 mil.
Três advogados já foram presos; um deles está em Brasília (DF).
Uma operação, denominada "Trairi Limpo IV", prendeu três advogados na manhã desta quarta-feira (28), dois em Fortaleza e um na cidade deTrairi, suspeitos de formação de quadrilha e 21 crime de apropriação indevida de indenizações de clientes, estimadas em mais de R$ 631 mil. Segundo a titular da delegacia da cidade de Trairi, que coordena a operação, Martha Reis, foram expedidos quatros mandados de prisão preventiva por meio do Ministério Público Estadual (MPE). “A quarta advogada está em Brasília, por isso ainda não foi presa”, disse a delegada.
Martha Reis explica que, como as cidades do interior do Ceará não contam com defensores públicos para atender a população de baixa renda, a Prefeitura de Trairi havia disponibilizado quatro advogados para atuar gratuitamente nos casos requeridos pela população.
Segundo a delegada, quando os clientes solicitavam ajuda para conseguir dinheiro de seguros e indenizações, o grupo dava encaminhamento ao processo e, depois de um tempo, afirmavam que haviam obtido apenas sucesso parcial na conclusão dos processos. “Mas, na verdade, eles ficavam com o dinheiro que deveria ser repassado para os clientes”, destaca. As apropriações chegam a até 90% em alguns casos de indenização.
“Não existem dúvidas quanto a formação de quadrilha e da participação deles no desvio dos R$ 631 mil. Por isso foi pedida a prisão preventiva e não a temporária”, afirma a delegada.
Reicindentes
Martha Reis também destaca que três dos advogados já haviam sido detidos em setembro deste ano, na operação "Trairi Limpo II", por estarem envolvidos no escândalo de desvio de verbas públicas na cidade de Trairi. Na ocasião, o representante do MPE, Igor Pereira, afirmou que as investigações revelavam desvio de R$ 20 milhões entre 2010 a 2012, na cidade.
Dois deles, segundo o MPE, são investigados também pela atuação ilegal de Associações Nacionais de Defesa do Consumidor em Trairi, fato apurado perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que resultou no afastamento liminar do juiz Nathanael Cônsoli em 4 de setembro deste ano.
Segundo o promotor, prefeito, vice-prefeito, secretários, procuradores jurídicos, advogados e membros de comissões de licitação eram suspeitos de participarem do esquema. Todos tiveram a prisão temporária, ou preventiva, decretada. Esta é a quarta operação do MPE, em parceria com a Polícia Civil, que é ralizada em Trairi, desde setembro.

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