O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta sexta-feira (10) que
a redução no lucro da Petrobrás não aponta para o aumento no preço dos
combustíveis, como já reivindicou, em várias ocasiões, o presidente da estatal,
José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo na próxima segunda-feira (13).
“A presidente Dilma Rousseff prefere que não haja inflação a ter balanços
fantásticos”, disse o ministro.
Lobão deu razão às queixas e reivindicações de Gabrielli, mas defendeu a
posição do governo. “Ele fez corretamente, porque é presidente da Petrobrás, e
não do Brasil”, argumentou Lobão, comparando a visão da presidente Dilma à do
olheiro postado na gávea do navio.
“O presidente da República tem de defender o interesse nacional, e não o
localizado, de uma empresa. Cada um, no seu papel”, disse.
As reclamações sobre a política de preços dos combustíveis no País não são
recentes. Apesar de os preços de toda a cadeia do setor de petróleo terem sido
liberados em 2002, o tratamento dado à questão sempre teve um caráter de
“decisão de governo”.
No ano passado, Gabrielli sugeriu várias vezes que o preço da gasolina
poderia ser ajustado, por causa do alto preço do petróleo no mercado
internacional. Mas o governo, principal acionista da empresa, nunca deu o seu
aval.
Desvalorização
No quarto trimestre do ano passado, a Petrobrás registrou um lucro líquido de
R$ 5,05 bilhões, praticamente metade do resultado apurado nos últimos três meses
de 2010. O dado acabou provocando uma forte queda no valor das ações da estatal
ontem na Bolsa de Valores.
Embora o mercado tenha sido pego de surpresa, o ministro de Minas e Energia
afirma que o governo não se surpreendeu com o recuo de 52% no lucro da Petrobrás
no último trimestre de 2011. E, segundo ele, o conhecimento dos números também
não precipitou a saída de Gabrielli da presidência da estatal.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sempre tivemos Gabrielli como um
bom gestor. Ele geriu bem a companhia esse tempo todo. Pegou a Petrobrás com
patrimônio de R$ 20 bilhões, e deixou com algo em torno de R$ 160 bilhões”,
disse o ministro.
O ministro voltou a insistir na tese de que Gabrielli está saindo porque tem
projeto político.
“A ida dele para a Bahia já estava encaminhada porque não se constrói uma
candidatura estadual encastelado na Petrobrás”, afirmou.
(Estadão)
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