Fortaleza depara-se, mais uma vez, com uma epidemia de dengue. O Ministério
da Saúde já vinha acompanhando a evolução do quadro e agora autoridades do
Município e do Estado reúnem forças para enfrentar a situação.
Os anos de 1987, 1994, 2001 e 2008 – sobretudo – ainda estão na lembrança dos
fortalezenses pelo número superlativo de infecções. Desta vez, a vulnerabilidade
das pessoas é maior porque as que foram afetadas com as infestações anteriores
(dos tipos 1, 2 e 3) não ficam imunes a este novo vírus, tipo 4. Este tem um
componente mais virulento que pode induzir mais fortemente a febre hemorrágica,
aumentando as probabilidades de óbito.
Os registros acumulados, na Capital, ultrapassariam três mil casos, entre
janeiro até o último informe (dia 20 de abril), sendo 38 hemorrágicos, com 21
óbitos. A transparência nas informações é o melhor fator para gerar confiança
nas autoridades – o que é essencial para evitar pânico e criar uma maior
receptividade nas pessoas em relação às providências requeridas para o
enfrentamento do mal.
Evidentemente, o que se espera é uma atitude de extrema colaboração entre as
várias instâncias do poder para produzir a mobilização dos recursos
(financeiros, humanos e organizativos) requeridos para dar o máximo de eficácia
às medidas de prevenção e contenção da doença, bem como de pronto atendimento
aos infectados. Isso exige uma logística muito bem entrelaçada para permitir o
seu encaminhamento aos hospitais e postos de saúde, distribuídos não só pelo
município de Fortaleza, mas, pela área metropolitana.
O trabalho de prevenção desse tipo de epidemia não pode ser intermitente, mas
contínuo. As campanhas de prevenção são essenciais e têm como arma principal a
informação. As pessoas têm de ser alertadas ininterruptamente sobre a
necessidade imperativa de cooperação nas medidas preventivas. Essa é uma batalha
de todos e qualquer tipo de omissão reverte sobre quem imaginava poder ficar à
parte desse combate. Que cada um – autoridades e população – tenha exata noção
da responsabilidade que repousa sobre seus ombros.
(O POVO / Editorial)
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