segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O trecho de 75 quilômetros entre as cidades de Icó e Jaguaribe foi considerado o terceiro pior, dentre as estradas federais, no Brasil

 
Centro-Sul do Ceará, diferentemente das vias estaduais, as rodovias federais, BRs 116 e 230, permanecem esburacadas. O asfalto ficou mais deteriorado desde a última quadra invernosa. O tráfego intenso de veículos contribui a cada dia para agravar o problema que parece se arrastar sem uma solução.


O trecho de 75 quilômetros entre as cidades de Icó e Jaguaribe foi considerado o terceiro pior, dentre as estradas federais, no Brasil. A avaliação, divulgada neste mês, foi feita pelo Guia Estradas 2012. No total, 101 quilômetros de rodovias no Ceará são classificados como de má condição de tráfego.


Indignação
Não é mais novidade que as rodovias federais permanecem esburacadas, mas a constatação serve para renovar a indignação de motoristas e passageiros que trafegam nessas vias no Ceará. Na BR-116, o asfalto danificado se estende desde a cidade de Jaguaribe, no km 300, até a cidade de Barro, numa extensão de 140 km. Há buracos em todo trecho. O tempo de percurso dobrou. Os buracos que se sucedem ao longo da estrada tiram a paciência dos motoristas, exigem cuidados redobrados e o risco de acidentes aumentou. Os veículos trafegam em ziguezague para desviar da buraqueira. Os motoristas reclamam dos transtornos que enfrentam.


"É preciso ter paciência e muito cuidado", disse o advogado Fabrício Moreira, que na semana passada estouro um pneu próximo à cidade de Icó. "Cai num buraco e danificou a roda". 
Moreira viaja diariamente na região e conta que é quase todos os dias observa carros parados, com pneus estourados ou quebrados por causa da buraqueira.

Veículos danificados
O representante comercial, Márcio Gomes, que semanalmente faz o percurso Fortaleza - Juazeiro do Norte - confirmou que muitos veículos ficam danificados. O caminhoneiro Ivanildo José da Silva, na última quinta-feira, à tarde, estava revoltado.

Ele viajava de São Paulo a Fortaleza e constatou: "Só no Ceará que a rodovia é assim, esburacada". O topiqueiro Marcílio Oliveira que faz o percurso diário entre Icó e a região do Cariri frisou que nos últimos meses um dos trechos mais danificados na BR 116 é próximo ao triângulo que dá acesso à cidade de Ipaumirim.

Os caminhoneiros confirmam que é preciso ter cuidado redobrado, principalmente para quem viaja à noite. "Próximo à cidade de Jaguaribe passei por um buraco que era uma verdadeira cratera, enorme", disse Iltomar da Silva. "Em muitos pontos é preciso trafegar na contramão de direção".


Transamazônica
A situação da BR-230, a conhecida Transamazônica, no segmento de 40 km entre as cidades de Várzea Alegre e Farias Brito, é preocupante. Além dos buracos na pista, que obrigam os motoristas a fazerem manobras arriscadas, metade da pista cedeu próximo à ponte sobre o riacho Vacaria, na altura do sítio Recanto. Os motoristas que usam a rodovia devem ficar atentos. A buraqueira aumentou nos últimos meses.



Reconstrução
O asfalto que já estava bastante estragado ficou ainda mais danificado. O trecho da BR-230 em precária condição de tráfego fica entre a CE-060, conhecida estrada do Algodão e a CE-386, que faz a ligação entre a região Centro-Sul e o Cariri. Essas duas estradas estaduais foram recentemente reconstruídas e estão em bom estado de conservação.


O trecho danificado da BR-230 dobra o tempo de percurso, que antes era feito em 30 minutos, em média. Não há previsão de recuperação do trecho danificado, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit).

A assessoria de Comunicação do Dnit informou que na BR-116 já começaram serviços de tapa-buracos em alguns pontos no Sul do Ceará.


Trecho.

75 quilômetros é a extensão da rodovia que liga de Icó a Jaguaribe. É o pior trecho entre as estradas federais do País.



HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER

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