Tendo em vista a fase de coleta de dados e pesquisas sobre o
cenário da violência contra a mulher no Brasil, a CPMI da mulher
promoveu audiência pública, nessa terça-feira (20/03), para apurar
resultados e conhecer as políticas públicas da Secretaria de Políticas para
as Mulheres.
A secretaria foi representada por Aparecida Gonçalves, que afirmou
que o Brasil não tem condições de enfrentar a crise da violência contra a
mulher. A representante apontou a falta de investimentos pelo poder
público como principal causa do problema. “No Brasil existem somente
963 unidades que oferecem algum tipo de atendimento as vítimas de
agressão, como varas e abrigos”, exemplificou.
A deputada Gorete Pereira concorda com a postura da secretaria e
disse que é um absurdo o Brasil, com território continental, tem apenas
374 delegacias especializadas. “Somos mais de 5 mil municípios e menos
de 10% das cidades brasileiras possuem o atendimento”. A deputada
ressaltou que para a mulher vítima dos maus tratos é melhor se recuperar
no ambiente doméstico, tendo em vista seu estado emocional abalado e a
falta de compreensão das delegacias comuns, que geralmente, com
piadas e brincadeiras, não dão a devida importância para a denúncia.
Disque 180
• Atende mais de 1,8 mil ligações por dia.
• Cerca de 80% das vítimas são agredidas todos os dias ou pelo
menos uma vez por semana.
• 40% das mulheres convivem há mais de dez anos com o agressor
• 61% das mulheres sofrem agressão física.
• 23%, violência psicológica.
• 66% dos casos os filhos presenciam as cenas de violência.
Reunião
A CPMI se reúne na próxima terça-feira (27) para debater os direitos
das mulheres em situação de violência. Devem participar da discussão
representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Articulação
de Mulheres Brasileiras (AMB) e do Fórum Nacional de Juízes de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid).
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