Com o recente anúncio de que os chineses pretendem
importar 300 mil jumentos por ano do Nordeste, ainda no campo das intenções, os
protetores de animais e defensores do jegue começam a ganhar espaço na internet
e blogs em protesto contra a negociação.
No site Petição Pública, circula abaixo-assinado pedindo
que os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente vetem o que consideram
‘verdadeira carnificina’. ‘Por um tratamento digno aos jegues, que ajudaram a
erguer muitas das grandes cidades nordestinas’, defende.
Já o site Acorda Cordel destaca ‘o massacre do jumento
nordestino’, com o poeta Cancão de Fogo conclamando os parceiros a se
mobilizarem em defesa do ‘nosso irmão’. Jô Oliveira o atendeu, propondo a
campanha ‘Adote um jumento. O Menino Jesus lhe
agradecerá’.
Os jumentos, companheiros do agricultor do semi-árido
nordestino, começaram a ser substituídos pelas motos no trabalho de cercar o
gado, buscar água e transportar materiais e pessoas, especialmente depois da
política de distribuição de renda do governo federal e facilidades de crédito
para compra do veículo.
Para o secretário adjunto de Agricultura do Rio Grande do
Norte, José Simplício Holanda, a exportação para a China criaria nova cadeia
econômica no Estado, ao mesmo tempo em que seria uma solução para os jumentos
abandonados por donos de terra, que ‘fecham as porteiras ao
animal’.
Em julho de 2011, o secretário assinou um protocolo de
intenções com a Empresa Shan Dong Dong E.E. Jiao Co. Ltda., visando à
criação do animal para produção, comercialização e industrialização da carne e
derivados. “Por enquanto, nada há de concreto, só intenção”, adiantou Holanda.
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