terça-feira, 3 de julho de 2012

Russas produz 70% da telha colonial do NE

Vale do Jaguaribe
Cerca de 130 indústrias no Município de Russas são responsáveis pela geração de emprego e renda na cidade

Russas A tão famosa "Terra da Laranja Doce" hoje vem se destacando pela produção da telha colonial, produto que vem ganhando destaque na região pela sua qualidade, deixando o Município como referência no setor. Além de sua importância econômica, a indústria disponibiliza um produto com preço acessível ao mercado da construção civil. Com a valorização e o crescimento do campo, a procura pela telha colonial foi responsável pela expansão e crescimento das indústrias, que vem gerando, no mínimo, de três a quatro mil empregos diretos, além da melhoria e modernização das indústrias cerâmicas para atender à demanda do mercado.

Atualmente, a telha colonial russana abastece os mercados de toda região e é responsável por 70% da produção nordestina. A indústria em Russas é pioneira na implantação de novas tecnologias em sua produção, visando atingir altos níveis de qualidade do produto. Além dos empregos diretos, a produção da telha colonial gera renda na região, desde a extração da poda do cajueiro, material usado para queima nas fornalhas, até o carregamento de caminhões e transporte para outros Estados. Os aproximados quatro mil empregos gerados pelas cerâmicas, só em Russas, movimentam e aquecem o mercado varejista.

Para o comércio, o trabalhador da indústria ceramista é um consumidor diferenciado, que atinge principalmente o mercado consumidor de cereais. Hoje, é possível perceber que, nas zonas rurais com uma maior centralização dessas indústrias, os pequenos comerciantes estão ampliando seus mercadinhos, como também vem crescendo o número de novos empreendedores neste setor.

Para o presidente da CDL de Russas, Francisco Dantas, o comércio de alimentos é beneficiado diretamente com a geração de empregos da indústria ceramista. "A maioria desses trabalhadores são pais de família e sua renda é, principalmente, para sustentar a família", explica o presidente.

Com mais acesso à renda, os consumidores exploram o comércio em toda sua totalidade, impulsionando novos investimentos no mercado varejista. De acordo com o presidente da Associação dos Fabricantes de Telhas de Russas (Asterussas), Elano Rebouças, o capital gerado pela indústria ceramista é oriundo de outros Municípios e circula no comércio local, contribuindo para o crescimento econômico de Russas. Ele afirma ainda que "só vamos ter um comércio de consumo de bens e serviços forte e preparado, diante da atualidade, se nós tivermos pessoas empregadas, aptas a poder chegar naquela loja e comprar o que tanto almejam".

Melhoria e modernização
A Asterussas vem trabalhando para que os empresários associados encontrem alternativas para melhorar e qualificar o trabalho de produção da telha colonial em todos os seus aspectos. A busca por novos conhecimentos e tecnologias não só valoriza a qualidade do produto, como também diminuem os impactos ambientais decorrentes do processo de fabricação da telha.

De acordo com Elano, todo o processo de extração da argila é acompanhado e monitorado por um geólogo contratado pela associação, para que não haja fortes agressões ao meio ambiente. Ele ressalta a importância de se estar atento aos limites impostos pela legislação vigente.

O beneficiamento da lenha vem ganhando novas alternativas. Hoje, 70% da madeira utilizada pelas cerâmicas são oriundas da poda do cajueiro e os 30% restante, composto de madeira nativa oriunda de planos de manejo, são liberadas pelo Ibama e pela Semace. Atualmente, está em fase de testes em algumas indústrias a queima do cavaco, uma espécie de madeira triturada que aumenta o potencial de combustão, diminuindo a emissão de CO2 e a economia do uso de lenha em até 30%. O objetivo é que as novas tecnologias ajudem a modernizar as cerâmicas, emitindo menos poluição.

Crescimento
Elano afirma que o mercado de construção civil vem crescendo rapidamente e que é preciso que as pessoas estejam atentas e preparadas para as novas exigências. De acordo com ele, a demanda de infraestrutura nos próximos quatro anos refletirá direta e indiretamente na produção de cerâmica local e a perspectiva para o setor é que se realize um trabalho de sustentabilidade da produção já existente, com a continuidade de geração de emprego e renda para fortalecimento econômico de Russas.

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