sábado, 19 de novembro de 2011

Ceará lidera fraudes em transações virtuais de crédito

O Ceará ocupa o topo do ranking percentual de fraudes ou tentativa de fraudes em transações virtuais feitas com cartões de crédito. Em pesquisa com dados de 2010, a empresa Clearsale avaliou as 26 Unidades da Federação (UFs) e o Distrito Federal. É dela o gerenciamento de 80% dos dados do e-commerce (comércio eletrônico) brasileiro. Da amostragem de 115.612 operações do Estado avaliadas, 15% apresentaram clientes com informações pessoais utilizadas de forma indevida por terceiros em mais compras. Em alguns casos, a transação foi efetivada. Em outros, não foi concluída.
A estatística desconsidera bancos ou bandeiras. Mas alerta para a fragilidade da rede de vendas digitais, onde quase nunca é exigida a apresentação de senhas, assinaturas ou documentos de identificação. Basta dispor de informações básicas do cartão, como nome do proprietário, números, data de validade e código de segurança do verso. “Em qualquer lugar que você usa, se anotam as sequências. Posteriormente podem comprar como se fosse você”, alerta o gerente da Clearsale, Rafael Lourenço.
Ações em sites de companhias aéreas não foram contabilizadas. Somente clientes ativos em compras na Internet desde 2009 entraram na análise. “Para chegarmos ao resultado, somamos as fraudes que evitamos – com um analista que confirmou o ilícito – e as concretizadas através dos pedidos de estorno”, acrescenta Lourenço.
A Bahia aparece logo após o Ceará, com problemas em 12% das 293.387 operações inspecionadas. Alagoas (8%), Rio Grande do Norte (8%), Distrito Federal (7%) e Pará (7%) fecham a lista dos mais incidentes. “Existe site feito só para esse tipo de golpe, porque o mais comum crime organizado tem segmento de captura de dados. As pessoas devem comprar em lojas confiáveis. De preferência, que existam no mundo físico”, sugere o diretor de inteligência da Clearsale, Bernardo Lustosa.
Em nota enviada ao O POVO, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse que as perdas com fraudes eletrônicas subiram 36% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010.
Ano passado, o prejuízo foi de R$ 504 milhões – contra R$ 685 milhões deste ano. A entidade atribui isso a três fatores: maior utilização da Internet como meio de pagamento de contas, inexistência de legislação para punir esse tipo de crime e descuido dos usuários em relação a procedimentos de segurança. Porém, assegura que os “bancos procuram conscientizar seus cliente e publicar dicas de segurança em seus sites”.
(O POVO)

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