domingo, 27 de novembro de 2011

Julgamento do mensalão será ‘maior espetáculo midiático’, diz Delúbio

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares afirmou que o julgamento do processo do mensalão será “o maior espetáculo midiático do Brasil”. Em evento em Goiânia durante a semana, ele apresentou os argumentos de sua defesa no STF (Supremo Tribunal Federal).
Delúbio é apontado pelo Ministério Público como o operador do esquema. Se for condenado, pode pegar até 111 anos de prisão pelos supostos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
“Houve um problema de deficit de campanha. As pessoas do PT e dos partidos aliados recorreram aos partidos e coube ao tesoureiro do PT na época –pessoa jurídica de tesoureiro do PT, que era eu–, e resolvemos pegar dinheiro emprestado com os bancos e demos o dinheiro para as pessoas pagarem as dívidas. Se as pessoas não contabilizaram o dinheiro na Justiça Eleitoral, o problema é de quem pegou e de quem prestou serviço a eles. O dinheiro tem origem, por isso que nós saímos do termo caixa dois para os recursos não contabilizados. Foi isso que aconteceu”, disse.
O ex-tesoureiro ainda alegou inocência e afirmou não ter comprado deputado. “Não comprei parlamentar para votar com o governo. Tenho a consciência limpa, tranquila. Ando para todo lado, não tenho medo de ofensa. Mas me preservo. Quero e acredito na Justiça.”
Como o ministro Joaquim Barbosa, do STF, só deve apresentar seu relatório sobre o mensalão em maio de 2012, os réus do processo concluíram que o julgamento só ocorrerá em 2013. Ricardo Lewandowski deve apreciar o caso como ministro revisor.
O caso veio à tona com a entrevista do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) à Folha em junho de 2005, quando contou pela primeira vez sobre um suposto esquema de pagamentos mensais a deputados do PP e do PL, no valor de R$ 30 mil.
No parecer entregue em julho, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a condenação de 36 réus por envolvimento no esquema do mensalão. Somadas, as penas máximas chegariam a 4,7 mil anos de prisão.
“O Ministério Público Federal está plenamente convencido de que as provas produzidas no curso da instrução, aliadas aos elementos obtidos no inquérito, comprovaram a existência do esquema de cooptação de apoio político descrito na denúncia”, escreveu Gurgel.
(Folha)

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