sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Decisão sobre greve será tomada em clima de pressão

Em clima de pressão por todos os lados, os professores da rede estadual voltam a se reunir neta sexta-feira (25) em assembleia geral para decidir mais uma etapa da crise que marcou a relação com o Governo Cid Gomes (PSB) em 2011. Parte da categoria mantém a defesa de nova greve, mas teme que outros grupos tenham se intimidado pela tensão dos últimos dias – sentimento que foi captado pelo O POVO, ontem. Mesmo insatisfeitos com as propostas do Executivo, alguns já admitem que votarão contra a paralisação.
Os motivos vão do medo de represália às recentes reivindicações de pais de alunos, que têm se unido para protestar contra a interrupção das aulas. “Eu sou a favor da greve, por conta da mentira que está sendo colocada pelo Governo. Mas, ao mesmo tempo, vou votar contra, pelas circunstâncias. Sei que se eu não for trabalhar, vou sofrer punições. E também tem a questão de se colocar no lugar do aluno”, explicou o professor Cláudio Meneses, da escola César Cals, em Fortaleza.
O docente Jair Alves, da escola Eliezer de Freitas Guimarães, é outro que já não acredita na possibilidade de greve. “O Estado conseguiu o que queria: desmobilizar a categoria, de tanta pressão. O próprio sindicato se diz contra a paralisação”, opinou.
O POVO tentou contato, durante toda a tarde e início da noite desta quinta-feira (24), com diretores do Sindicato dos Professores do Ceará (Apeoc), mas os telefones encontravam-se desligados. Uma funcionária informou que a cúpula havia se reunido a portas fechadas, mas que não tinha conhecimento do teor da conversa.
Pela greve
Mesmo com toda a tensão, há um grupo que mantém a decisão de votar pela greve. “Todas as zonais que se reuniram pelo Estado deliberaram pela greve, porque, após 30 dias e depois mais 15 dias, a proposta do Governo não acena quanto à principal reivindicação que é a repercussão do piso na carreira”, disse Rosa da Fonseca, integrante do movimentos das zonais, membro do Movimento Crítica Radical.
Na tarde desta quinta-feira, ela organizou uma caminhada em defesa da greve, que saiu da praça da Bandeira em direção à praça do Ferreira. Muitos estudantes compareceram. Segundo Rosa, não havia muitos professores na manifestação, para não interromper as aulas, sem que a greve fosse deflagrada. Ela diz ter recebido denúncias de que as Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação do Estado do Ceará (Credes) têm oferecido transporte para a Assembleia Geral apenas para os professores que assinarem um termo se comprometendo a votar contra a greve. “Essa é uma tentativa de interferir diretamente na decisão. É pressão, ameaça, intransigência”, criticou.
(O POVO)

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