“Um grupo de parlamentares que representa os 52 signatários do manifesto do
PMDB foi entregar o documento a Temer e ao presidente nacional do partido,
senador Valdir Raupp (RO). Na tentativa de mostrar unidade da cúpula partidária,
Raupp e o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN),
compareceram ao gabinete para que o grupo pudesse realizar a entrega conjunta do
manifesto.
Em conversas reservadas, os dirigentes do PMDB endossam as críticas do grupo
rebelde, que redigiu o manifesto. Há unidade partidária na queixa contra os
privilégios concedidos pelo governo ao PT e no temor de que o gigantismo petista
no governo se reflita nas eleições municipais. Os peemedebistas se sentem
ameaçados de perder para o PT o título de maior partido em número de prefeitos
no País e com isso ver reduzida sua força política para eleger uma boa bancada
federal em 2014 e manter o comando do Congresso.
Tutela. Nos bastidores, a reclamação mais recorrente é a da
‘tutela’ exercida sobre os ministros peemedebistas por secretários executivos
petistas. O líder Henrique Alves admite que ministros sem autonomia frustram a
base e que ano eleitoral exige mais cuidado nos compromissos. Mas diz que seu
partido não pede cargos e sim uma relação “mais transparente” com o governo. “Eu
também defendo uma relação político-administrativa mais construtiva, mas não é
correto culpar o PT, que também perdeu a Petrobrás e os Ministérios da Ciência e
Tecnologia e da Pesca”, afirma Alves, para concluir: “Se bobear, até os petistas
assinam o manifesto”.
“O problema é que a direção partidária se acomodou e o movimento é para dar
uma mexida nisso”, critica o deputado Danilo Forte (CE). “Do
jeito que está não somos nem coadjuvantes. Somos figurantes de segunda
linha”.
“A presidente Dilma Rousseff deu a impressão de que comandaria um governo
plural, mas ao longo de seu primeiro ano na presidência o PT acabou se tornando
maior do que era no governo Lula”, diz o senador Vital do Rego Filho (PMDB-PB),
que já levou as queixas do partido às ministras de Relações Institucionais,
Ideli Salvatti, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.”
(Agência Estado)
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